segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Dia 19 - Igreja Rural de Jean Jean

Dia 19 - Igreja Rural de Jean Jean

Mais uma vez fomos abençoados pela chuva torrencial que costuma cair no Haiti no final da tarde e no início da noite, a temperatura cai um pouco e nos ajuda a nos concentrarmos nas atividades a serem preparadas para o dia seguinte e também embala o nosso sono.
Logo cedo, os sapos e aves em torno da sede da missão fizeram o seu papel despertando-nos para um dia intenso de atividades. Entre 6h30 e 7h da manhã, a cozinha se encheu com o barulho dos brasileiros que preparavam os mais diferentes tipos de café da manhã, despertando quem ainda dormia. 
Todos prontos, a equipe dividida em dois grupos seguiu para as atividades do dia: Um grupo foi apoiar o ministério do Pr Herold com a pregação da Palavra para os adultos, enquanto o outro foi para a Igreja Rural em Christianville, uma comunidade chamada Jean-Jean, pastoreada pelo esposo da cozinheira Rosita, que faz a janta para nós.
O trajeto até a Igreja Rural foi um verdadeiro Rally: ruas enlameadas, subidas íngremes, barrancos, pedras soltas, pontes quebradas, buracos gigantescos, o rio que invadia a estrada... Em dado momento, vimos um rio que serpenteava as montanhas e que em diversos pontos se misturava com a estrada. O curso do rio foi alterado com o terremoto e muitos lugares podem ser percebidos uma tentativa de conduzi-lo de volta ao leito, mas ele insiste em erguer-se sobre as barreiras que foram levantadas. O que havia sido um rio largo e cheio e de vida têm agora em vários pontos filetes d’água que insistem em percorrer outros caminhos. Em poucos lugares percebe-se uma profundidade maior, nos quais encontramos vários moradores lavando roupa, bebendo água, tomando banho, dando de beber aos animais, crianças brincando alegremente...
Ao longo da estrada algumas vacas e muitos cabritos dividem pastos verdejantes com árvores carregadas de manga que surgiam imponentes diante de nossos olhos, acompanhadas de algumas plantações de banana, batata doce e cana de açúcar. Diferente da população que vive na cidade, o povo que mora no campo parece mais tranquilo e bem alimentado. 
Ao longo do caminho fomos encontrando os irmãos que se dirigiam para o culto: todos muito bem vestidos, as meninas parecendo verdadeiras princesas com trancinhas nos cabelos feitas com muito capricho e muitas miçangas coloridas.
             Aos pés de uma linda montanha coberta de pés de banana vimos uma construção simples erguida com colunas de madeira,  telhado de zinco, e paredes feitas de telas de arame, que abrigava o local utilizado  para fazer os cultos: uma construção simples e acolhedora reunia os irmãos que foram chegando e nos recepcionando  calorosamente  com largos sorrisos, apertos de mãos e um alegre Bonnjour!
            Enquanto os adultos se acomodavam nos bancos para dar início à Escola Dominical, as crianças, em torno de 50, se reuniam no prédio ao lado composto  por três salas  de aula, feitas de blocos de cimento. Risadas e cumprimentos graciosos acompanhavam a entrada delas.
            Rosita nos apresentou, e demos início à história do Livro sem Palavras Visualizado.  As figuras brilhantes e coloridas refletiam nos olhos das crianças que, muito interessadas, absorviam palavra por palavra. Um bracelete com as cores representando  a história, foi entregue para as crianças e muitas delas não demoraram em repeti-la. Rosita se alegrava e ria com a alegria das crianças e contagiava a todos nós. Que privilégio servir ao Senhor naquele lugar.
            Na parte da tarde o programa foi voltado para as crianças: cerca de 100 crianças se reuniam para ouvir histórias, teatro, cantar, e louvar ao Senhor.  Músicas infantis ensinadas em português foram rapidamente traduzidas para o criolo: alegria e louvor ecoavam pelas montanhas.
            Adultos se reuniram  para jogar futebol, não faltaram alegria e risadas em todo o tempo, brasileiros e haitianos se entenderam muito bem com a bola.
            Lamentavelmente, nem todos os momentos foram alegres. Uma equipe foi visitar a casa do irmão Maxo, que perdeu o seu irmão.  Maxo nos disse que seu irmão estava completando 21 anos ontem e que estava muito alegre com o campeonato de futebol que estava organizando com três  igrejas da cidade. O consolo que a família encontra no Senhor,  é de que o irmão era um servo fervoroso e dedicado ao Senhor. O que não diminui a dor, mas traz conforto aos corações. Na sexta-feira, o vigia que guarda a casa da missão havia perdido a sua mãe. Além da dor que as famílias sentem, a situação financeira também é um agravante: para enterrar seus mortos as famílias gastam cerca de 600 dólares, dinheiro este que elas não tem. A nossa equipe pode demonstrar amor de forma prática levantando uma oferta para ajudar essas duas famílias.  O corpo permanece na funerária de uma semana  até um mês, os familiares não ficam "velando" o morto, mas visitam a família enlutada para se consolarem mutuamente. Vamos orar por eles: Maxo e Joe.
Amanhã teremos um dia com bastante trabalho de construção e visitação na comunidade. As atividades da noite se iniciam e as nossas expectativas quanto ao ministério aqui se multiplicam. 
Que o Senhor nos conceda a sua graça.

Astrit Grünhagen
----------------------------------------------------------------
August 19th – Country church of Jean-Jean

Once again, we have been blessed by the torrential rain that typically falls in Haiti, late afternoon and early evening, the temperature drops a bit and helps us to focus on the activities to be prepared for the next day, and also help us rest.
Early in the morning frogs and birds around mission headquarters did their role, waking us up for an intensive day with activities. Around 6:30 and 7 am the kitchen was filled by the noise of the Brazilians, who were making different kinds of breakfast, waking up who was still asleep.
Everybody ready, the team, divided in two groups followed to the day’s activities: One group went to help on Pr Herold ministry with Word preaching for adults, while the other went to the country Church in Christianville, the community called Jean-Jean, whose pastor is Rosita’s husband (She is the cooker who makes dinner for us). The way to the Country Church was a real “rally”: muddy streets, steeps climbs, bounds, loose stones, broken bridges, huge holes, the river that invaded the road… In a moment, we saw a river that snaked the mountains, and at various points, was mixed with the road. The river’s course has changed with the earthquake and in many places we could see an attempt to get it back to the riverbed, but it insists in rising above the barriers. What used to be a wide and full of life river, has now some points with water fillets, which chosen to follow other ways. A few places we could notice it deeper, where e could find lot of residents washing their clothes, drinking water, taking shower, giving water to the animals, children playing happy…
Along the roadside, some cows and a lot of goats shared green pastures with trees full of mangoes, which appeared impressive before our eyes, accompanied by some banana, sweet potatoes and sugar cane plantations. Different from the population that lives in the city, the people who live in the country looks more relaxed and well fed.
Along the road we met brothers who were going to the service: everyone well dressed, with the girls looking really princess with braided hair made with much care and colorful beads.
At the foot of a beautiful mountain covered with banana plantations, we saw a simple construction built with wooden columns, tin roof and walls made of wire mesh, that housed the place where service was made: a simple and welcoming construction, that meet the brothers who were coming and welcoming us with a broad smile, a handshake and a cheerful Bonnjour!
            While adults were taking their sits to start the Sunday Bible School, the children around 50, gathered in the adjacent building comprising three classrooms made ​​of cement blocks. Smiles and graceful greetings accompanied their entry.
            Rosita introduced us, and we started the story of “Book without Words”. The bright and colorful pictures reflected in the eyes of the very interested children that absorbed every word. A bracelet with the colors representing the story was given to them, and many of the children were quick to repeat it. Rosita rejoiced and laughed with the joy of the children, and that was contagious to all of us. What a privilege to serve the Lord on that place.
In the afternoon the program was geared toward children: Around 100 of them gathered to listen to stories, watch some plays, sing and praise the Lord. Children’s songs taught in Portuguese were quickly translated into Criolo: joy and praise echoed through the mountains.
Adults gathered to play soccer, and there was no lack of joy and laughs all the time, Brazilians and Haitians understood very well with the ball.
Unfortunately, all of the moments were happy. One team went to visit brother Maxo´s house, who lose his brother. Maxo told us that his brother was completing 21 years old yesterday, and also that he was very happy with the soccer championship that he was organizing with three churches in town. The consolation that the family finds in Lord, is that his brother was a fervent and dedicated servant to the Lord. It does not decrease the pain, but give comfort to their hearts. On Friday the watchman who takes care pf the mission headquarters lost his mother. Beyond the pain that families feel, the financial situation is also an aggravating factor: to bury their dead, families spend about $ 600, money that they don´t have. Our team could show love in a practical way by raising an offer to help these two families. The body remains at the funeral home one week to one month, family members are not "veiling" the dead, but visiting the bereaved family to hold on to each other. Let´s pray for them: Maxo and Joe.
Tomorrow we´ll have a day full of things to do. A lot of work building and visiting people in the community. The night activities begin and our expectations regarding the ministry here multiply.
Lord gives us His grace.

Astrit Grünhagen

2 comentários:

  1. Querida Astrid, Deus a tem usado para nos informar de maneira bonita e envolvente. Grande abraço.

    ResponderExcluir
  2. Muito legal o Projeto. oro todos os dias para que Deus proteja e use cada vez mais as pessoas que estão ai em missão, para que o amor de Cristo seja levado á essas pessoas que precisam tanto.

    Se puder mande um abraço para o meu grande amigo Everton que está junto ai nesse grupo. diga que estou orando por ele e por todos ai.

    Que Deus Abençoe.

    Paulo Diego Alves (paulinho)

    ResponderExcluir