segunda-feira, 22 de março de 2010

O Retorno


Estamos de volta ao Brasil!
Puxa como passou rápido. Foram dez dias intensos e surpreendentes. O que nos resta agora?
É um mix de sentimentos que não dá para explicar. As vezes é alegria e satisfação de ter podido fazer, mesmo que tão pouco, mas algumas coisas por algumas pessoas. Ao mesmo tempo bate uma tristeza só de lembrar nas pessoas que lá ficaram. De volta ao Brasil, é difícil até de conversar com as pessoas, pois agora falo de sentimentos, visões e cheiros desconhecidos para a maioria das pessoas com quem me relaciono. Foram muitas experiências com Deus e com pessoas especiais naquele país. Agora, enquanto escrevo vem em minha mente vários rostos, e subitamente nomes começam surgir: Michel meu melhor amigo haitiano e tradutor. Deixei a minha bíblia em português com ele, pois ele disse que precisava aprender o português, mas também me lembro do Luxion, jovem formado em engenharia civil, mas que está desempregado e mora com a esposa em uma barraca. Me lembro do Pierre, que é um rapaz apaixonado por Deus e que ama pregar a Sua palavra . Ele também foi nosso tradutor. Vem a mente o rosto e o nome da Rosita, a nossa cozinheira, que aos sábados, anda por volta de 1:30h de condução para cuidar de 150 crianças. O Rou Rou, grande camarada, jovem que apesar de ter perdido tudo com o terremoto, tinha um sorriso lindo no rosto. Quando terminamos a última partida de futebol Brasil e Haiti, e vencemos por 3X2, não tive dúvidas, tirei a minha camisa do palmeiras e dei a ele. Que felicidade daquele jovem. Não, a felicidade não foi porque a camisa era do palmeiras, mas sim porque tínhamos selado uma amizade singela e sincera.
Lembro me do Josué , Jacob e Basú , serventes de pedreiro e pedreiro que trabalhavam na base da missão, foram eles que, brincando me ensinaram a contar até 20 em criolo. Lembro me do Alex, Davi, Pr.Jean Baptista, Pr. Lesly, Pr. Hedere, Pr. Fritz, Omá, Miguel, Elizete, Creg, Jasmie, etc...

O sentimento que tenho neste momento é que a minha família aumentou. Preciso me preocupar um pouco mais, orar um pouco mais, me dedicar um pouco mais. De uma hora para outra, pessoas especiais começaram a fazer parte da minha vida. Este é o meu sentimento.
Oro para que outros brasileiros sejam despertados para servirem ao povo haitiano. As portas estão abertas para os brasileiros. O Haiti hoje tem sido a macedônia da visão do apóstolo Paulo e o seu clamor tem ecoado por todo o mundo, “passe aqui e nos ajude.”
Paz seja com todos.
Pr. Giscleiton

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